CNTA X CNT: a representação dos transportadores autônomos em discussão



A Federação Interestadual dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Cargas e Bens da Região Nordeste (FECONE), declara total apoio a CNTA que luta no Ministério do Trabalho pelo registro da entidade. O presidente, Diumar Bueno, argumenta que hoje os autônomos estão sem voz na CNT, presidida por Clésio Andrade, investigado em uma serie de denúncias. 
 
A CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) entrou para valer na briga pela representação efetiva da categoria no Brasil. Hoje, os autônomos estão vinculados à CNT (Confederação Nacional dos Transportes), entidade que reúne e representa as transportadoras, além de outros setores patronais da área, mas que não abre mão da categoria dos autônomos. Uma das justificativas é a contribuição mensal que saí do INSS dos autônomos para o SEST (Serviço Social do Transporte) e SENAT (o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) vinculados à CNT e que representa milhões de reais para o caixa da entidade.
 
A CNT é comandada há mais de 20 anos por Clesio Andrade, hoje oficialmente licenciado da entidade, mas na prática é a figura que manda na Confederação. A CNTA é presidida por Diumar Bueno, que também preside a FENACAM (Federação Nacional dos Caminhoneiros). A nova confederação está legalmente criada há dois anos, porém a CNT tem usado de subterfúgios para impedir a entidade de exercer a representatividade da categoria, como sucessivas tentativas de impugnação no Ministério do Trabalho, mais uma manobra de Clésio Andrade para manter o controle do SEST/SENAT.
 
Mais sobre Clésio Andrade
 
Clésio Andrade é do PMDB de Minais Gerais e é um homem afundado em denúncias de corrupção. Há dois dias (15/07) renunciou ao mandato de senador. A justificava oficial são problemas de saúde. Porém, a saída também é estratégica. Clésio Andrade é réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de peculato e de lavagem de dinheiro, no processo do mensalão do PSDB mineiro. Se continuasse no cargo e com foro privilegiado poderia ter o mesmo fim dos petistas presos por causa do esquema do mensalão. Na justiça comum as chances são maiores e os recursos infinitos. O suplente de Clesio é Antônio Aureliano Sanches de Mendonça.
 
Na CNT a ordem é não abrir mão dos recursos milionários que saem dos autônomos e vão para o SEST/SENAT, ainda que os autônomos hoje não tenham voz, nem representatividade na entidade.
 
A própria Controladoria-Geral da União (CGU), órgão da Presidência da República, investigou em 2011 a gestão de Clésio como presidente do sistema que engloba a CNT e o SEST/SENAT e o acusa de, nos últimos anos, ter entregado mais de R$ 100 milhões a uma empresa e a um instituto que mantêm laços com ele próprio.
 
Clique aqui e VEJA a entrevista com Presidente da CNTA, Diumar Bueno.