Rodovias brasileiras têm quase dois mil pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças



A Polícia Rodoviária Federal lançou na última terça-feira (25/11) o sexto mapeamento dos pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais brasileiras. O estudo é uma parceria da polícia com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), Childhood Brasil, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e, esse ano, com o Ministério Público do Trabalho.

 
Consistem em pontos vulneráveis ambientes ou estabelecimentos onde há características que propiciam condições favoráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes. Neste caso, foram levados em consideração aspectos como a presença de adultos se prostituindo, inexistência de iluminação, ausência de vigilância privada, locais costumeiros de parada de veículos e consumo de bebida alcoólica.
 
Nesta edição, realizada entre 2013 e 2014, identificou-se um total de 1.969 pontos vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas rodovias federais. Desse total, 566 foram considerados pontos críticos; 538, com alto risco; 555, com médio risco; e, por fim, 310 pontos foram avaliados como de baixo risco.
 
O principal destaque da evolução dos últimos mapeamentos é a significativa redução dos pontos críticos: 40% em seis anos. A redução desses pontos pode estar relacionada à soma de esforços, engajamento dos diversos setores e atuação preventiva nas rodovias federais. Por outro lado, comparada à edição anterior (2011/2012), houve ainda um aumento de 9% do número total de pontos mapeados.
 
A região sudeste do Brasil foi apontada como a região com mais pontos de vulnerabilidade, com 494 áreas mapeadas, Em segundo lugar, aparece o Nordeste, com 475 pontos propícios à exploração sexual de crianças e adolescentes, seguido das regiões Sul (448), Centro-Oeste (392) e Norte (160). Minas Gerais, Bahia e Pará lideram na quantidade absoluta de pontos críticos ou de alto risco.
 
Do total de pontos de risco de exploração sexual mapeados, 1121 pontos forneceram respostas à origem e gênero das crianças e adolescentes. 428 pontos (38%) indicaram que a vítima era originária de outra localidade, ou seja, poderiam estar em situação de tráfico de pessoas. E, dentre os 448 pontos com registro de crianças e adolescentes em situação de exploração sexual, identificou-se que 69% era do sexo feminino, 22% transgêneros e 9% do sexo masculino.