O aumento do preço do diesel, os impostos excessivos, o aumento de praças de pedágio, são alguns dos ingredientes que estão estimulando paralisações de caminhoneiros em várias rodovias brasileiras, em particular na Região Sul e Centro Oeste. Enquanto no Sul o movimento aparece como independente, sem vínculo com sindicatos de transportadoras ou autônomos, no Mato Grosso as lideranças são identificadas através do Sindicato dos Transportadores e dos representantes dos produtores agrícolas.
 
A situação poderá se agravar nas próximas semanas deixando o Governo numa situação delicada, caso os bloqueios se espalhem pelo país, principalmente caso a Presidente Dilma decida revogar a Lei do Descanso (Lei 12.619/12) , que vai obrigar os motoristas empregados a trabalharem mais horas, reduzindo o tempo de descanso entre jornadas de 11h para 8h.
 
No Rio Grande do Sul há registro de paralisações na BR-386, em Tio Hugo, próximo de Passo Fundo e do trevo da BR-153. Outros bloqueios ocorreram na sexta-feira nas RS-324 E RS-406, no Noroeste do estado. Em Santa Catarina os protestos são na BR-282 em São Miguel do Oeste.
 
Alguns trechos de rodovias do Paraná, principalmente na BR-277 e BR-163 estão registrando nos últimos dias paralisações de protesto de caminhoneiros, autônomos e de empresas.
 
Os bloqueios tem sido parciais, liberando a passagem de automóveis, õnibus e veículos com carga perecível. Um dos principais pontos é na BR-277 nas proximidades de Medianeira, no oeste do Paraná.
Nesta sexta, cinco pontos da rodovia federal BR-163, em Mato Grosso, foram bloqueados por protestos simultâneos de caminhoneiros. Eles interditaram o trânsito nos quilômetros 593, em Nova Mutum; 686, em Lucas do Rio Verde; 755, em Sorriso; e 854, em Sinop. No início da tarde, os manifestantes iniciaram um novo bloqueio, no km 122, em Rondonópolis (cidade a 218 km de Cuiabá).
 
Depois de uma reunião do governador com políticos, representantes dos embarcadores e do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Mato Grosso (Sindmat), o Goevernado do Mato Grosso, Pedro Taques, informou que deverá criar uma comissão técnica que avaliará a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o óleo diesel. Ficou marcada nova reunião para o dia 23.
 
Os caminhoneiros reclamam dos seguidos aumentos dos combustíveis, dos tributos sobre o transporte, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), e do preço do pedágio . Eles pedem ainda melhorias nas estradas e a criação de uma tabela com preços fixos a serem cobrados pelo frete por quilômetro rodado, não mais por viagem. Não há reinvidicação dos empregados sobre melhora de salários o que é indício de que as paralisações estão sendo comandadas pelos autônomos e pelos donos das transportadoras