Pesquisadores de Santa Catarina testaram um novo modelo de pesagem para identificar quem não respeita o limite de carga. O excesso de peso dos caminhões é responsável pelos maiores danos em rodovias.
Os flagrantes são frequentes nas estradas.
“Esse aqui a gente levou porque ele tem a nota, mas ele não declara o peso. E esse é o ‘critério’ que eles usam para fugir da fiscalização”, conta um policial.
Os motoristas admitem: ultrapassar o limite de carga faz parte da rotina de muitas transportadoras.
“O pessoal vai carregando, o funcionário cumpre as ordens da empresa, né?”, afirma um motorista, que não quis se identificar.
A Polícia Rodoviária Federal analisou mais de 200 mil notas emitidas em Santa Catarina por diferentes empresas de transporte. Mais de 90% das cargas estavam acima do peso. O resultado disso pode ser visto e sentido por todos os motoristas.
No Brasil inteiro, só em 2013, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) gastou quase R$ 10 bilhões para manutenção das estradas federais. Neste ano, até julho, o gasto já passa de R$ 6 bilhões.
O excesso de peso é a principal causa dos buracos. A dificuldade de parar os infratores está na fiscalização.
Mas um novo projeto, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSCx), promete acabar com isso. Pelo novo modelo, o caminhão será pesado na própria rodovia, em velocidade normal.
Quando um veículo suspeito de irregularidade passar, uma placa com um alerta luminoso vai pedir que ele entre no posto de fiscalização. Se o excesso for confirmado, o motorista será multado.
Quem tentar fugir vai ter o caminhão fotografado e também vai receber uma punição. Os veículos que estiverem dentro da lei não precisam mais parar no posto de pesagem.
“Com isso, nós vamos garantir a ‘trafegabilidade’, agilidade. Então, todo o transportador ganha até o fluxo na rodovia, ganha com isso”, explica o superintendente Dnit/SC, Vissilar Pretto.
O projeto já foi aprovado e servirá de modelo para implantação de novos postos de pesagem em todo Brasil. A ideia está chamando a atenção até de pesquisadores de outros países.
“O mundo inteiro hoje está de olho no que nós estamos fazendo aqui porque o mundo inteiro está preocupado e está desenvolvendo novas tecnologias também para controlar o excesso de peso”, afirma um engenheiro e pesquisador da UFSC, Hélio Goltsman.
Confira aqui o link da matéria do Jornal Nacional.