A presidente reeleita Dilma Rousseff ainda não definiu o aumento dos preços dos combustíveis, mas já tem caminhoneiro pagando até R$ 0,03 mais caro no litro do diesel. Segundo a federação que representa os postos, a Fecombutíveis, o reajuste está relacionado com a lei 13.033/14, que aumentou de 5% para 7% a quantidade de biocombustível misturada no diesel mineral. A proporção subiu para 6% em julho deste ano e, para 7%, a partir de 1º de novembro.
O problema é que, no último leilão convocado pelo governo, os fabricantes ofereceram só 702 milhões de litros de biocombutível. No anterior, quando a mistura ainda era de 5%, haviam sido 735 milhões. Ou seja, conforme determina a lei básica do capitalismo, quando a demanda pela mercadoria é maior que a oferta, seu preço sobe.
“Já estamos recebendo o diesel das distribuidoras entre 2 e 3 centavos mais caro”, afirma Giancarlo Pasa – diretor da rede de postos Túlio, do Paraná. Também diretor de Rodovias da Fecombustíveis, ele diz que a federação está buscando esclarecer a sociedade para que o varejo não seja acusado injustamente pelo reajuste do preço. “Com o aumento da proporção da mistura, a demanda por biocombustível aumentou em 40%. E o litro do produto subiu de R$ 1,87 para R$ 2,07”, conta ele.
Pasa explica que o aumento da mistura é um projeto de governo, mas também atende a pressões do agronegócio, que quer vender mais biocombustível nos leilões bimestrais. Curiosamente, os fabricantes pisaram no freio e ofertaram menos litros, elevando os preços.
Petrobras - O diretor afirma que existe uma grande expectativa em relação à decisão da presidente Dilma, que deverá elevar ainda mais o preço do diesel. Ele ressalta que, apesar de o valor do barril de petróleo ter caído de US$ 100 para US$ 84, a Petrobras represou os aumentos por muito tempo para não impactar na inflação e também nas eleições. “Não sabemos ainda qual será a decisão do governo”, afirma.